O Blog Cantos da Cidade elaborado e contextualizado por um grupo de alunos da UCSAL (Universidade Católica do Salvador) traz informações e postagens relacionadas a lazer e cultura na cidade soteropolitana de Salvador-Bahia, dando dicas e debatendo varias questões contidas em Cultura&Lazer, com textos científicos sobre o assunto partindo de pressupostos teóricos de vários autores sobre o tema. A palavra cultura abrange várias formas artísticas, mas define tudo aquilo que é produzido a partir da inteligência humana. Ela está presente desde os povos primitivos em seus costumes, sistemas, leis, religião, em suas artes, ciências, crenças, mitos, valores morais e em tudo aquilo que compromete o sentir, o pensar e o agir das pessoas. Sobre esses aspectos humanos e origens culturais presente em nossa sociedade que discutiremos de forma abrangente a cultura&Lazer dentro da nossa comunidade de informação que é o Canto da Cidade.

domingo, 17 de novembro de 2013

A cultura pela Filosofia, Ética, Cidadania e pelos Estudos Sócio-Antropológicos.

A Origem da Cultura e sua Etmologia


Primeiramente para compreender o conceito e a etimologia da palavra Cultura é importante buscar tais conhecimentos em suas origens.
Cultura (do latim colere, que significa cultivar) é um conceito de várias acepções, sendo a mais corrente a definição genérica formulada por Edward B. Tylor (1832), segundo a qual cultura é “ todo aquele complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e capacidades adquiridos pelo homem como membro da sociedade”. Cultura é também associada, comumente, a altas formas de manifestação artística e/ou técnica da humanidade, como a música erudita europeia (o termo alemão “Kultur” é o que mais se aproxima desta definição).

Para Filosofia, a cultura é o conjunto de manifestações humanas que contrastam com a natureza ou comportamento natural.


Já a Antropologia - esta ciência entende a cultura como o totalidade de padrões aprendidos e desenvolvidos pelo ser humano. Segundo a definição pioneira de Edward Burnett Tylor, sob a etnologia (ciência relativa especificamente do estudo da cultura) a cultura seria "o complexo que inclui conhecimento, crenças, arte, morais, leis, costumes e outras aptidões e hábitos adquiridos pelo homem como membro da sociedade". Portanto corresponde, neste último sentido, às formas de organização de um povo, seus costumes e tradições transmitidas de geração para geração que, a partir de uma vivência e tradição comum, se apresentam como a identidade desse povo.


A cultura pela Filosofia, Ética, Cidadania e pelos Estudos Sócio-Antropológicos.


A filosofia, ética, cidadania e os Estudos Sócio-antropológicos estão ligados as origens do conhecimento da nossa cidade principalmente quando se trata de cultura, costumes, religião e descendências socio-culturais.  

A Cidade de Salvador por exemplo é considerada o centro da cultura afro-brasileira por ter uma origem marcada pela presença da cultura e da arte de outros povos exemplo aos negros oriundos da africa e até mesmo de varias partes da Europa, se torna inadmissível negar tais influências, origens e uma cultura tão diversificada incutida em nossa sociedade, para compreendermos a importância de tal influência cultural e Social, vejamos  alguns aspectos,conceitos e visões de alguns autores de clássicos da Sociologia e da Filosofia.

A cultura ao ser definida se refere à literatura, cinema, arte, entre outras, porém seu sentido é bem mais abrangente, pois cultura pode ser considerada como tudo que o homem, através da sua racionalidade, mais precisamente da inteligência, consegue executar. Dessa forma, todos os povos e sociedades possuem sua cultura por mais tradicional e arcaica que seja, pois todos os conhecimentos adquiridos são passados das gerações passadas para as futuras.


Os elementos culturais são: artes, ciências, costumes, sistemas, leis, religião, crenças, esportes, mitos, valores morais e éticos, comportamento, preferências, invenções e todas as maneiras de ser (sentir, pensar e agir).


A cultura é uma das principais características humanas, pois somente o homem tem a capacidade de desenvolver culturas, distinguindo-se, dessa forma, de outros seres como os vegetais e animais.


Apesar das evoluções pelas quais passa o mundo, a cultura tem a capacidade de permanecer quase intacta, e são passadas aos descendentes como uma memória coletiva, lembrando que a cultura é um elemento social, impossível de se desenvolver individualmente.

Foto:
http://servicosocial-erenilza.blogspot.com.br/2010/09/o-servico-social-e-construcao-da.html

Pra Cidadania é Ético aprender a ser cidadão e cidadã , entre outras coisas , aprender a agir com respeito, solidariedade, responsabilidade, justiça, não violência; aprender a usar o diálogo nas mais diversas situações e comprometer-se na vida da comunidade ou do País. Esses valores essas atitudes são aprendidos, desenvolvidos e absorvidos por nós pro meio da sociedade e de uma cultura passada de gerações a gerações fortalecendo assim a importância de tais estudos para para Ética, Cidadania e para o meio Social em que vivemos. 

 Kant defendia a formação de uma Sociedade das Nações composta por uma federação de repúblicas livres e independentes. Federação que, começando pela Europa, terminaria por congregar o mundo inteiro através de garantias mútuas e respeito à autodeterminação dos povos. Ele condenava o colonialismo como uma evidente violação aos princípios de liberdade das nações, e acreditava, ingenuamente, como era comum entre os iluministas, que a expansão das práticas comerciais pelo mundo afora tornaria as guerras desnecessárias, ao mesmo tempo em que expandiriam "o conceito do direito mundial da cidadania", seus pressupostos teóricos são conhecimentos incutidos nas  origens culturais do ser humano.


A REVOLUÇÃO PACÍFICA DE KANT

Immanuel Kant é considerado um dos mais importantes filósofos do pensamento ocidental. Duzentos anos após sua morte, em 1804, suas obras continuam sendo pensadas como a expressão filosófica da modernidade. A partir de Kant, o homem torna-se o centro daquilo que pode ser conhecido, sendo a medida de todo o saber. Uma revolução no mundo do conhecimento que o próprio filósofo assemelha à "revolução copernicana", referindo-se à teoria de Copérnico (1473-1543), a partir da qual o Sol passa a ocupar o centro do universo, e não mais a Terra, concepção anterior sobre o lugar deste planeta no sistema gravitacional.
"Na filosofia, a modernidade está inscrita na forma pela qual Kant analisa as condições de possibilidade dos três campos da cultura separados uns dos outros", afirma Ricardo Terra, filósofo da Universidade de São Paulo (USP). Isso é observado nas três principais obras kantianas: Crítica da razão pura (1781), no domínio do teórico, no âmbito do conhecimento, da ciência; Crítica da razão prática (1788), no plano da ação, dos costumes; e a Crítica da faculdade de julgar (1790), no âmbito do belo, da arte.

MODERNIDADE 

Ricardo Terra,  explica que essa noção de modernidade aplicada às obras de Kant está relacionada à caracterização da modernidade cultural, estabelecida pelo sociólogo alemão Max Weber. Na concepção weberiana, o processo de modernização da cultura ocorre com a quebra da articulação entre o saber, a ética, o direito e a arte, por um lado, em contraposição à teologia e à metafísica. "Antes desse processo, passava-se de uma esfera para outra sem sobressaltos. Por exemplo, a religião, de certa maneira, interferia nos domínios da ciência, da ética e da estética. Kant toma esses domínios como sendo independentes", diz o filósofo da USP.


 Marilena Chauí em Convite a filosofia diz o seguinte:

“Se abandonar a ingenuidade e os preconceitos do senso comum for útil; se não se deixar guiar pela submissão às idéias dominantes e aos poderes estabelecidos for útil; se buscar compreender a significação do mundo, da cultura, da história for útil; se conhecer o sentido das criações humanas nas artes, nas ciências e na política for útil; se dar a cada um de nós e à nossa sociedade os meios para serem conscientes de si e de suas ações numa prática que deseja a liberdade e a felicidade para todos for útil, então podemos dizer que a Filosofia é o mais útil de todos os saberes de que os seres humanos são capazes”



ESTUDOS SÓCIO-ANTROPOLÓGICOS

Povos do Xingu se enfrentam durante o Quarup, ritual feito em homenagem 
aos mortos ilustres tendo como centro Mawutzinin, o primeiro homem do mundo.

A descoberta do social e do cultural como um plano dotado de realidade é a essência da Antropologia Social. Na nossa vida cotidiana nos acostumamos a pensar que algumas coisas têm mais realidade que outras. Assim, coisas como chuva ou mesa são rapidamente aceitas como mais reais do que a cultura ou imaginário. Segundo o antropólogo Roberto DaMatta há coisas que são mais facilmente observáveis e o papel da antropologia é justamente mostrar a cultura como algo a ser observado. Perceber as regras culturais de cada sociedade e a sua dinâmica própria.

Segundo o antropólogo, o senso comum estabelece uma divisão entre aquilo que é biológico e aquilo que é cultural no desenvolvimento humano. Desta forma, todos nós seríamos formados por instâncias que seriam complementares.

Outra dicotomia bastante utilizada pelo senso comum diz respeito à falsa oposição entre Natureza X Cultura. A natureza estando “pronta” e a cultura sendo construída pela humanidade.



Cultura é uma tradição viva, conscientemente elaborada e que passa de geração para geração, que permite tornar singular e única uma determinada comunidade em relação a outras (formada de pessoas de uma mesma espécie). (de acordo com Roberto DaMatta).





A tradição viva nos remete às transformações culturais que sempre são possíveis. Quando fazemos parte de um grupo e aprendemos o seu comportamento e suas tradições e estas só são válidas se estiverem sendo vividas. A vivência de um hábito é o que o mantém. Frequentemente ouvimos falar a respeito de resgatar a cultura. Isso significa que alguns hábitos, maneiras e crenças de determinados grupos não estão mais sendo vivenciados e há uma tentativa de incutir tais maneiras nas novas gerações.




A Cultura na visão dos clássicos da Sociologia:

 Émile Durkheim, Karl Marx e Max Weber.











Marx, Dürkheim e Weber Embora, distintos em quase tudo, os três concordam com a idéia de que o individualismo é uma criação da cultura capitalista ou industrial, conforme a designação de cada autor. as configurações institucionais contemporâneas seguiram um curso diverso das previsões analíticas dos clássicos da sociologia, fossem as de Marx, Durkheim ou Weber. As revoluções socialistas, quando ocorreram, se passaram de forma muito distinta da imaginada pelo socialismo científico de Marx e Engels,  da mesma forma que a ampliação das liberdades individuais, do hedonismo e da cultura individualista acabou de vez  com a idéia de que as pessoas têm um comportamento passível de ser apreendido por normas, conforme o pensamento de Durkheim.

Fontes:

https://pt.wikipedia.org/wiki/Cultura
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAet8oAF/estudos-socioantropologicos
http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252004000300029&script=sci_arttext

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